Apesar de o ato de ser mãe ser inerente a todos os animais, com uma quantidade cada vez maior de informações e recursos médico-hospitalares disponíveis, muitas vezes ficamos perdidos sobre o que é realmente relevante nos cuidados do recém-nascido na maternidade e qual maternidade escolher.
Primeiramente, informe-se se o local que está pretendendo ter o seu bebê possui um suporte de unidade de terapia intensiva (UTI) tanto para a mãe quanto para o bebê, pois muitas vezes esse suporte existe, porém em locais distintos, dessa forma, caso haja algum imprevisto (nenhum de nós quer isto aconteça, mas temos que pensar nesta possibilidade, principalmente se a gravidez já é de risco), a mãe e o bebê ficarão em hospitais diferentes, o que muitas vezes dificulta a locomoção e o apoio familiar, sem mencionar no estresse para a mãe e para o bebê.
Também é importante verificar se os médicos da UTI neonatal realmente são especialistas em neonatologia, pois esta especialidade é a mais indicada para cuidar de bebês em situação de risco que necessitem de internação em UTI.
Atualmente o que se recomenda é que o Hospital seja considerado amigo da criança, ou seja, tenha preferência pelo parto normal, que o aleitamento materno ocorra na primeira hora de vida, e que o recém-nascido permaneça com a mãe no mesmo quarto.
Os cuidados iniciais prestados pela maternidade ao recém-nascido incluem:
- Colírio de nitrato de prata ao nascimento, para se evitar conjuntivite neonatal, sobretudo em bebês nascidos de parto normal;
- Dose profilática de vitamina K;
- Cuidados com o coto umbilical com álcool 70%;
- 1a dose da vacina da Hepatite B;
- Algumas maternidades também aplicam a BCG; quando esta vacina não é aplicada na maternidade, pode-se fazê-la numa Unidade Básica de Saúde (UBS).
O teste do pezinho é um exame que deve ser realizado em TODOS os recém-nascidos, devido ao fato de diagnosticar precocemente doenças que podem levar a graves sequelas ou até mesmo a morte. No estado de SP estão incluídas 6 doenças pelo teste do pezinho realizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde):
- Hemoglobinopatias (ex. Anemia falciforme)
- Hipotireoidismo Congênito (para mais informações sobre esta doença clique aqui)
- Fibrose Cística
- Fenilcetonúria
- Hiperplasia Adrenal Congênita
- Deficiência de Biotinidase
O teste do pezinho deve ser coletado entre 72 horas e 7 dias de vida. Esta coleta pode ser feita na própria maternidade ou em Unidades Básicas de Saúde.
Lembrando que, caso o bebê seja prematuro ou necessite de transfusão sanguínea, o exame deverá ser recoletado ou postergado.
Antes da alta, o pediatra da maternidade deverá anotar na carteirinha de vacina/maternidade:
- Ortolani (exame clínico para verificar displasia de quadril)
- Reflexo do olho vermelho (ROV – exame realizado pelo pediatra para verificar retinoblastoma)
- Teste do coraçãozinho (exame que verifica a saturação de oxigênio nos membros)
- Pesagem do recém-nascido na data da alta
Além disso, o exame de emissões otoacústicas (EOA = exame da orelhinha), deverá ser agendado para realização após a alta; e a primeira consulta com o pediatra deverá ocorrer nos primeiros 7 dias de vida, pois nesta fase o bebê costuma perder peso e é necessário um acompanhamento mais minucioso.
Importante também checar se todos os dados do nascimento como peso de nascimento, comprimento de nascimento, perímetro cefálico de nascimento, apgar e Capurro (idade gestacional datada pelo exame físico do recém-nascido pelo pediatra) constam na carteirinha do seu bebê. Esses dados ajudarão muito o pediatra que irá acompanhar seu filho(a) daqui em diante!